A crise da representação e seu impacto na sociedade contemporânea
Palavras-chave:
Fantasmagoria, Aparelho, RepresentaçãoResumo
Introdução: Quando falamos dos aspectos mais prementes da sociedade contemporânea, referimo-nos frequentemente, entre outras questões, à “crise de representação”. Ao referir-se a esta crise, tratar-se-ia de indicar os processos culturais em virtude dos quais as instâncias de “mediação” (política, estética, institucional) são radicalmente postas em causa pelos processos sócio-históricos próprios da chamada “sociedade do espetáculo” (Debord). Contudo, a partir de uma concepção midiática (McLuhan, Manovich) ou de uma filosofia da tecnologia atenta à relevância fundamental dos componentes mecânicos ou maquínicos dos fenômenos simbólicos (Kittler, Flusser, Déotte), é legítimo afirmar que, para a cultura, não é possível prescindir da mediação técnica e tecnológica (Stiegler). Materiais e métodos: O estudo baseia-se na consulta da bibliografia como técnica e na sua análise crítica, como método para compreender a urgência da mudança à qual somos chamados e comprometidos. Os métodos de análise-síntese e indutivo-dedutivo foram utilizados para desenvolver e analisar as categorias associadas à crise da representação, suas instâncias mediadoras (políticas, estéticas, institucionais) e seu questionamento por seus próprios processos sócio-históricos. Resultados: Para Derrida, existir, individual e socialmente, é inscrever traços em um suporte, estabelecendo assim uma linguagem (um simbolismo) e isso não é possível sem instrumentos e sem superfícies técnicas de inscrição (Leroi-Gourhan). Considerando esse quadro de problematizações, é relevante – para pensar nossas “crises” – realizar uma genealogia, estético-política no sentido de Rancière, da categoria de “representação”, onde dispositivos (Déotte) como a perspectiva, o cinema e a fotografia desempenharão um papel preponderante na hora de determinar em que medida podemos superar, ou modificar, a “representação”. Discussão: Na imagem do mundo global, os detentores do poder produzem o código narrativo e seu ajuste engendra o autismo coletivo; os sentidos não são negociados; os sentidos são impostos. O mundo das imagens será a superfície da globalização, o mundo compartilhado se mostra empobrecido, sombrio, superficial, na experiência compartilhada. A tarefa em questão não é ficar por trás da superfície da imagem, mas esticá-la, enriquecê-la, dar-lhe definição, dar-lhe tempo. Conclusões: Uma nova cultura se abre nesta linha, em vista disso, o caminho aberto permite a construção de uma nova cultura, mediada por modos experimentais, estabelecendo novos diálogos que devolvem a percepção sensorial de um mundo que foi coberto por narrativas oficiais e que foi anestesiado.
Referências
Benjamín, W. (1973). La obra de arte en la época de su reproductibilidad técnica. Discursos interrumpidos I, Taurus, Madrid, prólogo, traducción y notas de Jesús Aguirre.
Benjamín, Lyotard, Ranciére (2012). ¿Qué es un aparato estético? Ed. Metales pesados.
Flusser, V. (1990). Hacia una filosofía de la fotografía. Editorial Trillas.
Déotte, J. L. (2017). Artefactos del pensamiento. Preguntas a Jean-Louis Déotte. Virtualis, 7(15), 97-102.
Debord, G. (1967). Sociedad del espectáculo. Tesis 4 y 5. Champ Libre. Francia.
García, M., Á. (2012). ¿Qué es un aparato estético?. La Fuga, 14.
Gutiérrez Alea, T. (1989). Volver sobre mis pasos, Informe a Alfredo”. Ed. Unión.
Gutiérrez Alea, T. (1998). “Alea, una retrospectiva crítica” Ed. Letras Cubanas.
Lacan, J. (1964) Seminario de Jacques Lacan 11. Los cuatro conceptos fundamentales del psicoanálisis. Anamorfosis. Ediciones Paidós. Barcelona, México, Argentina. Pp. 83-84.
Marx, K. (1966). Contribución a la crítica de la economía política. Editora Política.
Marx, K. (1982). Manuscritos Económicos filosóficos de 1848. Editora Política.
Marx, K. (2014). El fetichismo de la mercancía (y su secreto). Ediciones Pepitas de Calabaza.
Ranciere, J. (2009). Reparto de sensible. Estética y política. LOM ediciones.
Vera, A. (s.f.). Cine, Ciudad, Espectralidad. Ensayo. (s.e.).
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ivon Sosa Piedra, Vilma Figueroa Casas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Esta revista proporciona un acceso abierto inmediato a su contenido, basado en el principio de que ofrecer al público un acceso libre a las investigaciones ayuda a un mayor intercambio global de conocimiento. Cada autor es responsable del contenido de cada uno de sus artículos. Los artículos pueden ser inéditos o estar disponibles previamente en servidores de preprints reconocidos por la revista. Sin embargo, no se permite la duplicación de la publicación o traducción de un artículo ya publicado en otra revista o como capítulo de un libro.
This journal provides immediate open access to its content, based on the principle that providing the public with free access to research supports a greater global exchange of knowledge. Each author is responsible for the content of each of their articles. Articles may be previously unpublished or available on preprint servers recognized by the journal. However, duplication of publication or translation of an article already published in another journal or as a book chapter is not permitted.
Esta revista oferece acesso aberto imediato ao seu conteúdo, com base no princípio de que oferecer ao público acesso gratuito à pesquisa contribui para um maior intercâmbio global de conhecimento. Cada autor é responsável pelo conteúdo de cada um de seus artigos. Os artigos poderão ser inéditos ou estar previamente disponíveis em servidores de preprints reconhecidos pela revista. No entanto, não é permitida a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro.