A crise da representação e seu impacto na sociedade contemporânea

Autores

  • Ivon Sosa Piedra Universidad de Valparaíso, Chile
  • Vilma Figueroa Casas Universidad de Las Villas, Cuba

Palavras-chave:

Fantasmagoria, Aparelho, Representação

Resumo

Introdução: Quando falamos dos aspectos mais prementes da sociedade contemporânea, referimo-nos frequentemente, entre outras questões, à “crise de representação”. Ao referir-se a esta crise, tratar-se-ia de indicar os processos culturais em virtude dos quais as instâncias de “mediação” (política, estética, institucional) são radicalmente postas em causa pelos processos sócio-históricos próprios da chamada “sociedade do espetáculo” (Debord). Contudo, a partir de uma concepção midiática (McLuhan, Manovich) ou de uma filosofia da tecnologia atenta à relevância fundamental dos componentes mecânicos ou maquínicos dos fenômenos simbólicos (Kittler, Flusser, Déotte), é legítimo afirmar que, para a cultura, não é possível prescindir da mediação técnica e tecnológica (Stiegler). Materiais e métodos: O estudo baseia-se na consulta da bibliografia como técnica e na sua análise crítica, como método para compreender a urgência da mudança à qual somos chamados e comprometidos. Os métodos de análise-síntese e indutivo-dedutivo foram utilizados para desenvolver e analisar as categorias associadas à crise da representação, suas instâncias mediadoras (políticas, estéticas, institucionais) e seu questionamento por seus próprios processos sócio-históricos. Resultados: Para Derrida, existir, individual e socialmente, é inscrever traços em um suporte, estabelecendo assim uma linguagem (um simbolismo) e isso não é possível sem instrumentos e sem superfícies técnicas de inscrição (Leroi-Gourhan). Considerando esse quadro de problematizações, é relevante – para pensar nossas “crises” – realizar uma genealogia, estético-política no sentido de Rancière, da categoria de “representação”, onde dispositivos (Déotte) como a perspectiva, o cinema e a fotografia desempenharão um papel preponderante na hora de determinar em que medida podemos superar, ou modificar, a “representação”. Discussão: Na imagem do mundo global, os detentores do poder produzem o código narrativo e seu ajuste engendra o autismo coletivo; os sentidos não são negociados; os sentidos são impostos. O mundo das imagens será a superfície da globalização, o mundo compartilhado se mostra empobrecido, sombrio, superficial, na experiência compartilhada. A tarefa em questão não é ficar por trás da superfície da imagem, mas esticá-la, enriquecê-la, dar-lhe definição, dar-lhe tempo. Conclusões: Uma nova cultura se abre nesta linha, em vista disso, o caminho aberto permite a construção de uma nova cultura, mediada por modos experimentais, estabelecendo novos diálogos que devolvem a percepção sensorial de um mundo que foi coberto por narrativas oficiais e que foi anestesiado.

Referências

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Publicado

2025-03-04

Como Citar

Sosa Piedra, I., & Figueroa Casas, V. (2025). A crise da representação e seu impacto na sociedade contemporânea. Mestre E Sociedade, 22(1), 173–192. Recuperado de https://maestroysociedad.uo.edu.cu/index.php/MyS/article/view/6755

Edição

Seção

Artículos